A ideia para o livro Telefone sem fio surgiu em uma mesa de restaurante. Em meio a crianças e adultos eufóricos, o escritor Ilan Brenman sugeriu: “Vamos brincar de telefone sem fio”. Então ele ficou observando as expressões de curiosidade, alegria e estranheza que cada um fazia ao ouvir o cochicho. E pensou: “Isso dá um livro”. Mas, por mais que ele tentasse, o texto não saía. Foi quando ele se deu conta de que este deveria ser um livro-imagem, ou seja, sem qualquer texto. Só que o Ilan é escritor, e não ilustrador. Por isso, chamou o amigo Renato Moriconi para, juntos, colocarem essa ideia no papel.
Telefone sem fio é um livro, mas é também brincadeira. A cada página, um personagem inusitado, mas bem conhecido das crianças, cochicha no ouvido do outro algo que não conseguimos ouvir. Mas podemos inventar, não é mesmo? O que o pirata teria a dizer ao papagaio? E o que este falaria ao índio? Também estão na história o rei, a vovozinha, a Chapeuzinho Vermelho, o lobo, o caçador e até um cachorro. Cabe ao leitor imaginar e construir diferentes narrativas a cada nova leitura.
As ilustrações de Renato Moriconi foram inspiradas nos traços de grandes retratistas do Renascimento, como os italianos Paolo Uccello e Pierro della Francesa e o alemão Hans Holbein. Em formato generoso, elas de fato parecem verdadeiras obras de arte.
Com uma narrativa circular, o final guarda uma divertida surpresa.
Um livro mais do que premiado que convida ao jogo e desperta a imaginação de adultos e crianças. Para ler e brincar.
