Obra-prima de Chico Buarque, ilustrada por Ziraldo, Chapeuzinho Amarelo vem encantando gerações desde o seu lançamento, em 1970. Tantos anos depois, a obra continua totalmente atual ao abordar um tema recorrente no imaginário infantil: o medo do desconhecido, mas, sobretudo, o medo do medo.
Com ritmo e musicalidade, o poema conta a história de Chapeuzinho Amarelo, uma garotinha amarela de medo. Tinha medo de tudo, até que o medo de ter medo se tornou maior que o próprio medo em si. A consequência de tudo isso é que a menina medrosa deixou de fazer as coisas típicas de criança:
Não ia pra fora pra não se sujar
Não tomava sopa pra não ensopar
Não tomava banho pra não descolar
Não falava nada pra não engasgar
Não ficava em pé com medo de cair
Então vivia parada, deitada, mas sem dormir, com medo de pesadelo
Era a Chapeuzinho Amarelo…
Mas o que ela mais temia era o Lobo que, no fundo, ela nem sabia se existia. Ela só não imaginava um dia ficar cara a cara com ele. E não é que, nesse momento, o medo não veio? O Lobo, claro, ficou furioso. E, ao tentar impor sua maldade, de tanto repetir seu nome,
LO BO LO BO LO BO LO BO LO BO LO BO LO BO LO BO LO BO LO BO LO,
acabou virando um BOLO DE LOBO.
E foi assim, brincando com as palavras, que a garota aprendeu a lidar com seus medos, transformando todos eles em companheiros de aventuras:
O raio virou orrái;
barata é tabará;
a bruxa virou xabru;
e o diabo é bodiá.
É claro que você já percebeu a alusão ao conto dos Irmãos Grimm, não é mesmo? Mas, aqui, Chico Buarque imagina uma maneira bem divertida de não ir parar na barriga do lobo.
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Chapeuzinho Amarelo
Chico Buarque
Ilustrações: Ziraldo
Páginas: 36
Formato: 20,5 x 21 cm
